Crítica: Stranger Things - 2ª Temporada

A segunda temporada de "Stranger Things" começa com um salto temporal de um ano após os acontecimentos da primeira temporada. Já começamos a série descobrindo como anda a vida dos personagens, que aparentemente está normal para alguns, mas para outros, nem tanto.

Apesar de Will (Noah Schnapp) ter sobrevivido ao mundo invertido, ele precisa lidar com algumas alucinações que são tratadas como "sequelas traumáticas". Mas no decorrer da série vamos percebendo que isso se trata de algo muito mais sério. Will ainda está conectado ao mundo invertido, e vai precisar da ajuda de todos ao seu redor para sobreviver novamente.

Logo  no comecinho também vamos descobrir o que aconteceu com Eleven (Millie Bobby Brown), que passou o último ano escondida se protegendo. A personagem vai render um episódio bem polêmico, onde vamos descobrir mais do seu passado, além de ser uma tomada para sua grande transformação em heroína.

Pela primeira vez vemos os quatro melhores amigos muito tempo juntos em cena, e isso foi ótimo. As quatro crianças possuem uma química legal que passa a sensação de serem realmente amigos de infância. E temos personagens novos, como os irmãos Max (Sadie Sink) e Billy (Dacre Montgomery), que já prevejo um crescimento no arco deles na próxima temporada.

Em "Stranger Things 2", não somos pegos de surpresa como na primeira temporada, até mesmo os personagens adultos e adolescentes partem em busca dos monstros que antes só eram possíveis nas mentes das crianças. Mas apesar da falta de surpresa, afinal não se pode repetir algo inovador, a série consegue manter um ritmo de mistério e terror, tudo sem perder a personalidade. É uma receita simples mas muito bem executada.

A narrativa da série está fantástica, minha sensação era de assistir um filme muito longo, a cada final de episódio deixava aquela vontade de assistir o próximo, só consegui sair da frente da tv quando cheguei no final da série. E o carisma dos personagens (junto com o talento na atuação), faz com que o telespectador se importe com eles. E se teve um personagem que roubou a cena e foi a melhor surpresa da série, foi o Steve (Joe Keery). Ele começou a série sendo um bad boy, mas no final da primeira temporada ele teve sua redenção. Já em "Stranger Things 2", ele começa bem sem sal, mas ao engatar uma amizade com Dustin (Gaten Matarazzo), o personagem evolui e se coloca várias vezes em perigo para salvar as crianças.  E o melhor é que ninguém espera por isso.

As referências e homenagens aos anos 80 continuam com força, junto com uma fotografia e trilha sonora que nos traz uma nostalgia boa. A série também conta com efeitos melhores que no ano anterior, e se mantém fiel às suas origens, continuando na minha lista de melhores séries já assistidas. Todos os personagens tem algo a acrescentar na trama, e todos possuem um tempo em cena sem ofuscar o outro.

Se na primeira temporada a série ganhou fãs por conta da surpresa, afinal, como a Netflix não fez um marketing bacana, quase ninguém se interessou, na segunda temporada todos estavam com as expectativas altas, o que se tornou um grande desafio para todos envolvidos. E posso falar que na minha opinião, a série conseguiu se superar. O roteiro ágil e sem enrolação junto com efeitos especiais excelentes, mostra que não se trata de uma série com conteúdo vazio.

"Stranger Things" é uma série de televisão americana de ficção científica e terror, que está sendo distribuída pela Netflix.