Resenha: Talvez Um Dia - Colleen Hoover

"Ele é confiante e talentoso. Sempre tive um fraco por músicos, porém, era mais como uma fantasia. Eram um tipo diferente. Um tipo que raramente dava bons namorados."

Talvez Um Dia, ou como eu gosto de chamá-lo, Maybe Someday, é um New Adult da autora Colleen Hoover que se tornou a queridinha de muitos leitores do gênero.

No livro vamos conhecer Sydney, uma jovem que está prestes a fazer 22 anos, cursa faculdade de música, mora com a sua melhor amiga e tem um namorado aparentemente perfeito. Também vamos conhecer Ridge, um cara bem educado, lindo e com uma característica que faz o livro ser mais incrível ainda, mas claro que não vou contar aqui para não estragar a surpresa. Os dois são vizinhos, eles moram em apartamentos um de frente para o outro e nunca tiveram contato de verdade, eles se conhecem apenas pelas suas respectivas varandas. Ele tocava violão todas as noites na varanda, e Sydney ficava ouvindo admirada.

Ridge sempre toca as mesmas músicas, e Sydney acompanha com movimentos o ritmo da música, e como ela é compositora, Sydney acaba escrevendo uma letra para uma melodia dele. Um dia Ridge percebe que Sydney está cantando enquanto ele toca. Bem curioso, ele acena para Sydney e manda um recado para ela em uma folha de papel pedindo seu número de telefone, e ai começa uma conversa entre eles. Ridge está passando por um bloqueio criativo, ele não está conseguindo compor letras para suas melodias, então ele vê em Sydney uma alternativa para ajudar a banda do seu irmão mais novo e pede para ela enviar uma música escrita por ela.

"Nunca haverá talvez um dia. Ele a ama, e ela obviamente o ama, e não posso culpá-los, porque, seja lá o que eles têm, é lindo."

Os dois começam uma amizade por mensagem de texto, e Ridge sabe que acontece algo bem estranho no apartamento de Sydney. Toda vez que ela não está por perto, o namorado e a amiga se "pegam" na varanda do apartamento. O Ridge acaba contando para Sydney, e ela vai tirar satisfações com a amiga e o namorado, e eles não negam. Arrasada e pega de surpresa, Sydney sai do apartamento com suas coisas e sem alternativas ela vai parar no apartamento de Ridge, e nesse momento ela descobre a característica que me fez amar ainda mais o Ridge. Ela aceita dividir o apartamento com ele e um casal de amigos do Ridge, em troca de ajudá-lo a compor as músicas para a banda.

A amizade e companheirismo entre eles é bem grande e bonita. Ridge e Sydney passam muito tempo juntos compondo, e os dois acabam descobrindo uma atração muito forte surgindo entre eles. O problema é que suas vidas não estão prontas para que sejam um do outro, agora. Ridge tem uma namorada incrível, e ele é completamente apaixonado por ela e ela por ele. Os dois estão juntos há cinco anos, e tem um detalhe no relacionamento dos dois que impede do Ridge terminar, ou seja, ele vai ficar para sempre com a namorada.

Ridge sabe que tem uma espécie de dívida com sua namorada, mas ele não consegue fugir dos sentimentos que sente pela Sydney. O coração dele está sendo ocupado por duas pessoas, e Sydney sofre por saber que é correspondida, mas nunca poderá ter o Ridge por completo, porque existe uma barreira entre eles.

“[...] os sentimentos são a única coisa em nossas vidas que nós não temos absolutamente nenhum controle.”

O livro é narrado em primeira pessoa, com capítulos intercalados pelo ponto de vista da Sydney e do Ridge. A escrita da Colleen como sempre está impecável, ela conseguiu tirar a primeira impressão que tive dela em Métrica. A autora conseguiu criar um vínculo emocional tão forte com os personagens, que eu sentia tudo enquanto lia, eu sofria e ria junto com a Sydney e com o Ridge. O enredo é bem construído e envolvente, o livro não apresenta nenhum defeito, desde a capa até a escrita da autora, tudo se encaixa perfeitamente.  A Colleen trabalhou com o músico Griffin Peterson, e o leitor pode utilizar um QR Code para baixar a trilha sonora do livro, que é bem emocionante e fantástica. Por isso é recomendável a leitura com um fone por perto.

Talvez Um Dia foi publicado no Brasil pela Galera Record, assim como os outros livros da autora.